terça-feira, 25 de janeiro de 2011


Deixo um poema de António Aleixo, para deliciar..

Vejo a arte definida
Na forma de descrever
O bem ou o mal que a vida
Nos faz gozar ou sofrer.

Um poeta de verdade,
Se se souber compreender,
Não deve ter vaidade
De o ser, porque o é sem querer.

Ser artista é ser alguém!
Que bonito é ser artista...
Ver as coisas mais além
Do que alcança a nossa vista!

A arte é força imanente,
Não se ensina, não se aprende,
Não se compra, não se vende,
Nasce e morre com a gente.

A arte é dom de quem cria;
Portanto não é artista
Aquele que só copia
As coisas que tem à vista.

A arte em nós se revela
Sempre de forma diferente:
Cai no papel ou na tela
Conforme o artista sente.

quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

Tritura as palavras

tritura as palavras
queima o papel
desliza o tempo
desliza, desliza

estremece-me o corpo de pensar
irregular real devagar
o que não pode passar pela pressa
dito assim, dito para mim
é parar

o que não quero ouvir na boca dos outros
o que não quero sentir na pele dos outros
é o que em mim me faz abrir a mente dos poucos
dias e horas e anos e meses
que estou assim
tão assim de parar para me largar
ao som, á imagem ao toque
que não é meu
que não é de ninguém
a não ser teu
e de outra pessoa também
e nao sou eu

terça-feira, 18 de janeiro de 2011

Guarda

Guarda as palavras e cala
Guarda-te e sente

Faz com que
Faz de conta
Imita, grita e salta
Mas,

Guarda as palavras e cala
Guarda-te e sente

Vamos tomar um café, antes?

18 de Janeiro 2011